quinta-feira, janeiro 05, 2006

Tao-Te-King


Tao-Te-King ou Tao-Te-Ching

Há mais de 2.600 anos, um sábio chamado Lao-Tsu escrevia pequenos manuscritos contendo 81 capítulos da verdadeira essência do Cosmo

Aqui ficam alguns trechos da obra de Lao Tsu:

"
I
O TAO

O caminho que pode ser seguido não é o Caminho Perfeito.
O nome que pode ser dito não é o Nome eterno.
No princípio está o que não tem nome.
O que tem nome é a Mãe de todas as coisas.
Para que possamos observar seus segredos devemos permanecer sem desejos.
Mas se em nós mora o desejo, a única coisa que podemos contemplar é a sua forma externa.
A casca que a essência oculta.
Esses dois estados existem para sempre inseparáveis.
Diferente unicamente em nome.
Conjuntamente idênticos, unidos, integrados.
São os chamados Mistérios!Mistério além dos mistérios.
O Portal que conduz a tudo aquilo que é sutil e maravilhoso ao recôndito segredo de todas as essências.

II
O ENCONTRO DOS OPOSTOS

Todos no mundo reconhecem o belo como Belo e, desta forma, sabem o que é o Feio.
Todos no mundo reconhecem o bem como o Bem e, desta forma, sabem o que é o Mal.
Assim, o ser e o não-ser geram-se mutuamente.
O longo e o curto se delimitam;
O alto e o baixo se inclinam
O tom e o som se harmonizam;
O antes e o depois seguem-se um ao outro.
Assim o sábio executa suas tarefas sem agir e transmite ensinamentos sem usar palavras.
Todas as coisas agem, e ele não lhes nega auxílio.
Produz sem apropriar-se de coisa alguma.
Realiza sua tarefa e não pede gratidão e é justamente porque não se apega que o mérito jamais o abandona e suas obras meritórias subsistem.

III
A TRANQÜILIDADE SUPREMA

Quando não glorificamos os homens de valor evitamos a rivalidade entre as pessoas.
Quando não valorizamos os artigos difíceis de obter, estamos impedindo que sejam roubados.
Eliminando o que possa provocar desejos, os homens permanecem sem perturbações mentais.
Portanto, ao governar, o sábio esvazia a mente do seu povo.
À medida que lhe enche a barriga e lhes fortalece os ossos sua vontade enfraquece.
Mantém sempre o povo isento de conhecimento e livre do desejo.
Para que o inteligente nunca ouse agir, pois quando nos abstemos da ação reina suprema a boa ordem universal.

IV
A FONTE DE TUDO

O Caminho é vazio e inesgotável, profundo como um abismo.
É como se fosse o ancestral das dez mil criaturas.
Suavizai o corte, desfazei os nós, diminuí o brilho, deixai que as rodas percorram os velhos sulcos.
Devemos considerar nosso brilho a fim de que nos harmonizemos com a escuridão dos outros. Como é puro e tranqüilo o Caminho!
Não sei de quem possa ser filho pois parece ser anterior ao Soberano do Céu.

V
O USO DO VAZIO

O céu e a terra não são humanos.
Não têm qualquer piedade.
Para eles, milhares de criaturas são como cães de palha que serão destruídos no sacrifício.
O sábio não tem predileções; é impiedoso ao tratar com as pessoas como cães de palha.
Não será o espaço entre o céu e a terra como um gigantesco fole?
Esvazia-se sem exaurir-se. Inesgotável.
Quanto mais trabalha, mas alento produz.
Muitas palavras se esgotam sem cessar e conduzem inevitavelmente ao silêncio.
Aferrando-nos ao vazio protegemos o nosso ser interior e o mantemos livre."
Lao Tsu

Sem comentários: